domingo, 26 de abril de 2009
#105
ser esta coisa nenhuma com as mãos e os pés atados ainda a um tempo que não me pertenceu, memórias de cabelos ao vento e aventais que voam como plumas no estendal por detrás da casa. ser este som, este nada no quoficiente de toda a amargura e, por querer inteirar-me dele, tornar-me traço fino de pincel sobre o quadro, pendurado à cabeceira da mesa da cozinha. ser também, por favor, o vento de norte, que chega com as penas das gaivotas, alvoroçadas sobre os mares, as ondas, ser as ondas e a maresia, o cheiro a peixe fresco na doca. ser o porto, o porto inteiro, sentir tudo isto ao mesmo tempo e morrer feliz.
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