quinta-feira, 9 de abril de 2009

#15

de todos os beijos o mais doloroso é o que não se deu. o que por lábios distantes sucumbiu ao peso do ar, o que respirou a vontade e se esvaiu como sopro. de todos os beijos o mais doloroso é o nosso, que por silvos caminhos transitou como enfermo, e já tarde seguiu por outros desertos. não se encontrou, disperso figurou um amor casual, transitório parou, e à porta da casa ficou, talvez ainda lá esteja, à espera que alguém lhe diga "bom dia", ou que simplesmente o levem. o abrigo dos beijos não tem necessáriamente de ser a boca, pode ser um par de braços bem atados ao corpo ou um simples nome, vindo de longe, a soltar-se na boca, a cair-se nos lábios, a morrer-se no coração. 

Sem comentários:

Enviar um comentário