quinta-feira, 4 de junho de 2009
#178
alguém morre no coração ao lado do meu.
o corpo é como uma rua onde se arrumam casas de fachada semelhante.
o corpo é como uma rua onde se arrumam casas de fachada semelhante.
#175
"Nunca um olhar me seduziu tanto quanto o dela. Dois continentes da mais pura sensualidade, do mais terno acolhimento, da mais devassa cumplicidade. Há duas semanas que não saio de casa: só a ideia de deixá-la sozinha é um sacrilégio. Trocá-la por quê? Pela porra do emprego? Pela companhia dos amigos, essa corja de mal-amados? Pela vidinha, a expediência lamacenta das obrigações e dos compromissos? Deixo-me ficar. A ideia de estar a faltar ao trabalho, de cortar ligações com as pessoas, de responder mal a quem me telefone, de, enfim, deitar tudo a perder, erotiza ainda mais os nossos jogos de amor."
jp simões
jp simões
quarta-feira, 3 de junho de 2009
#174
Quietos fazemos as grandes viagens
só a alma convive com as paragens
estranhas
lembro-me de uma janela
na Travessa da Infância
onde seguindo o rumor dos autocarros
olhei pela primeira vez
o mundo
não sei se poderás adivinhar
a secreta glória que senti
por esses dias
só mais tarde descobri que
o último apeadeiro de todos
os autocarros
era ainda antes
do mundo
mas isso foi
muito depois
repito
só a alma convive com as paragens
estranhas
lembro-me de uma janela
na Travessa da Infância
onde seguindo o rumor dos autocarros
olhei pela primeira vez
o mundo
não sei se poderás adivinhar
a secreta glória que senti
por esses dias
só mais tarde descobri que
o último apeadeiro de todos
os autocarros
era ainda antes
do mundo
mas isso foi
muito depois
repito
josé tolentino mendonça
#173
* ando a ler "o último suspiro do mouro# de salman rushdie, espero não me arrenpender de investir plea primeira vez em literatura internacional.
#172
poderemos rasgar palavras como quem despe afectos,poderemos fingir abraços, dois corpos dados um ao outro
mas despedidas e faltas nunca.
terça-feira, 2 de junho de 2009
#170
[...] descobri então, em primeiro lugar, que amar não é mudar a outra pessoa, a que julgamos ser a certa; amar não é persuadi-la a tentar alterar a sua personalidade, ao ponto de a tornarmos, intencionalmente ou casualmente, não só uma parte de nós mas um novo "nós", uma imagem criada à nossa semelhança num acto de total egocentrismo e individualismo. persuadirmos a outra pessoa a mudar não se trata somente de lhe propormos essa ideia, ainda que a proposta por si só me pareça intolerante, trata-se também de a confrontarmos com ela, tentando por outro meio atingir o mesmo objectivo: a mudança. haverão muitos meios para alcançar este objectivo assim como, certamente, outros modos, no entanto não me parece haver um meio/modo menos doloroso, tanto para nós como para a pessoa que tentamos alterar/mudar.
...
de um quase ensaio sobre um quase amor,
por margarete da silva
...
de um quase ensaio sobre um quase amor,
por margarete da silva
#169
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