domingo, 16 de agosto de 2009

#214

ontem escrevi na noite sem que te desses conta, escrevi as estrelas e a vontade de as chover pelos olhos e enquanto te acomodavas ao meu corpo despedi-me dos dias, como quem se despede da vida que teve quando não estavas. habituei-me já à solidão dos teus gestos, aos não olhares, e muito me surpreenderias se agora te voltasses e com um sorriso nos lábios me dissesses: amo-te. o nosso amor é feito destas não palavras, destes não silêncios, destes não nadas. escrevo mais quando estou contigo do que quando estou sem ti, mas tu ainda não sabes ler a minha caligrafia de felicidade.

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