quarta-feira, 19 de agosto de 2009

#240

na versatilidade de todos os acordares, já madrugada alta, quando as gaivotas se levantam em voos oblíquos a rasgar de penas o horizonte, penso subtilmente em ser o inverso desta imagem, e renascer manhã feliz. porque há lugares que habitamos ambos, como se nos pertencessem já antes de todas as noites, e há tempos desertos entre a epiderme de duas peles, a coexistirem livres em corpos que se conheceram muito antes de anoitecer. são estes tempos que dão significado a uma estirpe de gestos prematuros, caídos como vento na sacada, à espera de alvorar sentimento novo. 

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