quinta-feira, 10 de setembro de 2009







eram seis da manhã quando ela se veio encostar a mim, o corpo gelado. tremia-lhe o coração dentro do peito e eu com as mãos cerradas rente ao corpo não lhe dei abrigo. o meu corpo é um cemitério de esperas inúteis e ela estava tão só, tão só e tão desesperada que me devolvia ao deserto de onde tinha escapado. foi então que se abraçou a mim como se nada mais houvesse para dizer, como se as palavras fossem trovoadas de afecto; depois pôs-se a chorar e sentou-se na cama. a tua memória é persistente como o meu amor.

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