terça-feira, 31 de agosto de 2010











O vento é um cão sem dono,
a lamber a noite imensa.
A noite não tem sono.
E o homem, entre sonhos, pensa.

E o homem sonha, dormindo,
que o vento é um cão sem dono,
uivando-lhe aos pés estendido
para lamber-lhe o sonho.

E não soou ainda a hora.

A noite não tem sono:
alerta, sentinela.


Dámaso Alonso









Sem comentários:

Enviar um comentário