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venho dormir junto de ti
e o meu corpo é uma coisa diferente
do que se vê ou toca ou sente;
é, fora de mim, essa coluna de ar onde respiro,
olhos que beijam o teu corpo exacto,
as muitas mãos que dobram o teu rosto.
Um deus que dorme, um deus que dança, e mais
que um mero deus, o breve amor do tempo.
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antónio franco alexandre
se a rua ficasse a meio e o coração se desse como a uma erva o vento. se a erva então crescesse muito. a pele nas raízes e nos dedos um pedaço de terra onde semear amor. o tempo existe para ser nosso. todas as ervas dizem desta história. só os teus olhos são o pequeno verde de manhãs claras. quando acordares ainda a rua está a meio. ainda o coração é teu e o mundo todo com ele. ainda as ervas se fazem na pele quando te abraço.
é das ruas.
ResponderEliminarpara uma cartografia do pé: uma geografia da planta - por fora da campânula - na dobra dos braços
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