segunda-feira, 18 de abril de 2011



































A ti, a quem falo de poesia, a ti
que assistes ao desenrolar de qualquer coisa que não compreendes,
respondo-te que também eu não compreendo,
que não há que compreender,
porque nada nos condena à fala
antes que as palavras aconteçam.

luís quintais








com um sorriso nos lábios dizias - eu não quero morrer esta noite - não morres - tranco a porta. dou três voltas à cerca. olho as nuvens. penso nas américas. sento-me na soleira e conto até vinte e três. respiro fundo e conto outra vez. estás acordada. sinto-o. olhas as árvores lá fora. paisagens de árvores amenas. pensas um pouco em mim. dois olhos feitos de ruas vazias. a noite vai fria. lenta. espero. . o baloiço parado no jardim. as flores adormecem voltadas para ele. queria uma terra grande. como a das flores. uma terra grande onde construir uma casa grande onde ser feliz contigo. um amor grande. do tamanho do céu. quando está sem nuvens ou pelo menos quando tem poucas. um amor que contasse até vinte e três. respirasse fundo e contasse outra vez. pensasse nas américas. olhasse as nuvens. desse três voltas à cerca. abrisse portas. tocasse a pele.












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