segunda-feira, 11 de julho de 2011

































Falemos de casas, do sagaz exercício de um poder
tão firme e silencioso como só houve
no tempo mais antigo.
Estes são os arquitectos, aqueles que vão morrer,
sorrindo com ironia e doçura no fundo
de um alto segredo que os restitui à lama.
De doces mãos irreprimíveis.
- Sobre os meses, sonhando nas últimas chuvas,
as casas encontram seu inocente jeito de durar contra
a boca subtil rodeada em cima pela treva das palavras.


herberto helder








é tempo. as águas estão perdidas. os rios já partiram. os mares serão para sempre teus - que deus é este que deixa assim acontecer as coisas. morrer os pássaros. mingar as árvores. florir o corpo. cair o coração. que deus é este - é tempo agora de entender o teu nome. vestido de todas as ruas. nome de pedra.pedaço de chão onde deitar o corpo. todo - silêncio. ainda te espero - que deus é este que me devolve à vida. sem ti. por que raio de sol caminho ainda. por quem. para onde. que nenhum mundo fará agora sentido. que rumo dar às lágrimas - por dentro de água vou. ando. estou ferida.












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