terça-feira, 10 de janeiro de 2012



















Repito:

Entre a beleza funérea
E a pouca areia e água em que vejo afundar-se
A minha vida
Corre a extinta luz dum mundo
Já sem mundos.

E nessa cinza, como um desafio,
Consigo decifrar as pegadas de Antero
A caminho do supremo
Nada.


armando da silva carvalho








nós pensamos que em algum lugar estarão dois braços. dispostos em forma de casa. para receber o corpo quando cai. desnorteado. noite dentro - juro que sonhei que havia um corpo com dois braços capazes de segurar firmemente o caminho. ainda espero que a curva não se intensifique e que os dias. atrás de outros. voltem e sejam capazes de existir fora dos calendários. das datas de aniversários de alguns nomes próprios de que me esqueço quando o ano começa - tenho pouca esperança. confesso. de que serve a luta. um ou outro cabelo mais violento. um ou outro peito mais capaz. por agora o coração segue como morto. sem ouvidos que batam ou vozes que partam. só - atravessa o deserto acreditando que ainda existem oásis. desgovernado segue pelos sonhos com a alegria vaga de quem pouco alcança - espero um dia puder dizer aos meus netos: por este mundo eu lutei e nunca desisti.












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