terça-feira, 1 de maio de 2012






Michael G Magin 







A cidade é a mesma e no entanto
há portas que não posso atravessar
sítios que me seria doloroso outra vez visitar
onde mais viva que antes tenho medo de encontrar-te
Morreste mais que todos os meus mortos
pois esses arrumei-os festejei-os
enquanto a ti preciso de matar-te
dentro do coração continuamente
pois prossegues de pé sobre este solo
onde um por um perigo os meus fantasmas
e tu és o maior de todos eles
não suporto que nada haja mudado
que nem sequer o mais elementar dos rituais
pelo menos marcasse em tua vida o antes e o depois
forma rudimentar de morte e afinal morte
que por não teres morrido muito mais tenhas morrido

ruy belo







 tenho pensado muito em ti laura. que os dias mais compridos te cheguem calmos. que serena vás pela vida - às vezes procuro nas árvores o conforto da tua companhia é quando ouço os pássaros - tenho saudade de quando me falavas sobre a morte e o mundo não te ouvia - só ruy belo entendia que em legítima defesa nenhum corpo pode permitir que decidam a sua própria morte - tu sabes - quis falar-te de nietzsche. de flaubert. de camus. de chopin. e de outras coisas mais banais como chá de ervas doces e mel - tenho pensado muito em ti laura - tu sabes - poucas vezes a vida me permitiu a esperança - eu estou bem. ando quieta. é o melhor a fazer. por fora o mundo cai. o país morre. por dentro o sonho cresce - continuo a ler. isto e aquilo. sempre muito - encontrei outro mito de sísifo. apesar de tudo prefiro o teu - nunca te disse mas foste tu que me mostraste o homem absurdo - seja como for. tenho pensado muito em ti laura.





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