terça-feira, 26 de junho de 2012












joanna galuszka













Um rasgão de luz sobre a pele, dormes na seiva doce das manhãs.
Mas sabes que só há repouso para o sofrimento quando se entra no primeiro dia dos dias sem ninguém.  Viajo, sem me mexer desta enxerga branca.
 Tento encontrar espaço para a lucidez do meu silêncio.

 al berto 










 são dias de calor estes onde ninguém entra. nenhuma voz se ouve nem quando quieto fica o corpo - por sorte é verão e falta pouco para o fim do ano - as vozes são como vento entre ervas. passeando. e uso o gerúndio para lhes dar movimento - se amanhã fosse domingo podia inventar água e ver-me o reflexo - talvez no futuro encontre um pedaço de terra onde atracar este barco. está ficando pesado - lembro o verão quente por entre a frincha da porta e uma nesga de sol a ocupar-te as pernas. e eu sou do tamanho delas avó. ouves no rádio precauções para a tempestade e eu vou sacudindo as moscas e contando os segundos enquanto detenho o ar um pouco mais dentro do peito. é tudo tão apertado cá dentro -




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