segunda-feira, 17 de setembro de 2012





laura makabresku









É mais fácil de longe imaginar
o que seria ter-te aqui presente
do que seria ter-te e não saber
com que forma de corpo receber-te.
Talvez um amplo véu oriental
ou o brilho mental de uma armadura
me deixassem arder sem ser molesto
no lume horizontal de uma figura.
Se te vejo, já está o meu desejo,
enquanto estavas longe, satisfeito;
no teu olhar encontro tudo quanto
à altura de amor é mais perfeito.
E no entanto, perto, fico incerto
se não é melhor bem o que imagino.
antónio franco alexandre





que amor esse que o corpo cega se a pele não sente. que amor esse onde a cabeça encosta o ouvido e os segredos se dizem numa língua que não conheço. que amor esse onde o coração fica só e o peito já sem feridas se esquece que ainda há guerra - pela manhã estranho não ver o rosto que os olhos obrigam a adormecer - quero acordar depressa. esquecer a vida. fugir do tempo. encontrar um lugar onde guardar a esperança - e talvez o futuro exista para nos ver passar de mãos dadas. de peito feito contra o horizonte. que uma luz muito forte nos leve depressa -


1 comentário:

  1. nova língua velha
    língua velha boa nova
    essa língua essa
    míngua essa onde
    guardar a queixa dos dias
    na caixa das noites é

    tudo o que nos resta

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