segunda-feira, 17 de dezembro de 2012








laura makabresku







quero dizer-te: não morras.
Nem me digas quem és, quem foste, como sabes
a língua que se fala sobre a terra.
Ao lume lanço
toda a vontade de viver, ser vivo,
a cautela do ar, ardendo em torno.
Passarei, terás passado em mim, só quero
dizer-te: não morras nunca, agora, nunca mais.

antónio franco alexandre







penso nos anos que viveste comigo e nos anos que vivi sem ti. concluo que a tua fé não te salvou e deus está morto. ou foi a minha fé que não me salvou da tua morte e deus vive ainda - são duros os dias na memória do teu rosto branco. pela lembrança da tua pele tão fria. e todos os invernos custam por haver dezembros. e todos os dezembros doem por haver dezoitos - sossega-me saber que são mais os anos que viveste comigo, por agora.












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