quarta-feira, 4 de setembro de 2013






laura makabresku






Eu creio que sonhar o impossível
É como que ouvir a voz de alguma coisa
Que pede existência e que nos chama de longe.


 antónio botto







setembro tardava no gosto de amoras bravas. no corpo morno das horas. nas flores já secas nas jarras. no rosto pálido dos avós. na minha esperança ténue - assim tardasse agosto e todos os meses que o antecedem. assim tardasse a morte - às vezes esqueço o teu nome e é como se a sombra dos pinheiros no monte me aclarasse a memória. e é o teu rosto de encontro ao meu em passo calmo. e é o teu corpo ao meu abraçado. e é como se fosse presente o que já só passado - como uma fotografia que o bolso não larga e a pele gasta. assim te dou vida. nos tantos dias que tenho. nos tantos anos que restam. da tanta vida que falta -











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