quarta-feira, 6 de novembro de 2013


































laura makabresku












No verão em que partiste bem me lembro
 pensei coisas profundas
 É de novo verão. Cada vez tens menos lugar
 neste canto de nós donde anualmente
 te havemos piedosamente de desenterrar
 Até à morte da morte

ruy belo









é outra vez novembro e nenhum ano passa sem que me lembre de todos os rostos que amei - na década de noventa fiz ninho em corações de homens sós. e às noites frias contei verdadeiras histórias de amor. dessas histórias tão histórias que já nem eu sei o que é verdade ou mentira - porque as mentiras que a boca diz são como cinza fertilizando terra - o meu corpo só. na casa dos vinte. corre de encontro à luz. nem a chuva do mês me impede de ir. nem a cinza na boca - às vezes recordo. com alguma saudade. os homens que amei. as mãos deste. as palavras daquele. os silêncios do outro. e fico apertando o coração até que sangre um pouco. pela certeza de os ter querido como quero os dias de sol. quentes na pele - tenho saudade dos nomes. dos corpos. dos homens que amei. que agora recordo em esforço - com os anos a memória encolhe.










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