quarta-feira, 11 de junho de 2014











laura makabresku



















Minha memória perde em sua espuma
o sinal e a vinha.
Plantas, bichos, águas cresceram como religião
sobre a vida – e eu nisso demorei
meu frágil instante. Porém
teu silêncio de fogo e leite repõe
a força maternal, e tudo circula entre teu sopro
e teu amor. As coisas nascem de ti
como as luas nascem dos campos fecundos,
os instantes começam da tua oferenda
como as guitarras tiram seu início da música nocturna.

herberto helder










era tudo tão verde quando sorrias. à tua passagem fendas em rochas abriam e flores nasciam. para te fazer sombra todas as árvores te seguiam - eu fechava os olhos e sabia que toda a natureza existia pela tua vida - florestas do norte. praias de ocidente. afluentes de rio. copas de pinheiros... - e toda a terra onde nos deitamos se repete - a cada estação o teu corpo volta. ungido de memória. peito feito à vida - queria para ti um país verde escuro. com planícies onde descansar os sonhos. noites e terras grandes com vista para estrelas de nome próprio -













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