segunda-feira, 14 de julho de 2014







laina briedis



















Quando eu morrer voltarei para buscar
os instantes que não vivi junto do mar

sophia de mello breyner







dizia-te: tenho medo do escuro - o que ali há de noite é o mesmo que de dia. um campo grande. verde. rodeado de choupos - um dia. enchi o peito de ar. e na coragem de uma noite quente de verão. corri campo fora. noite dentro. as ervas a cortarem as pernas. algumas mais altas nos braços. a pele muito morna - deitei-me perto dos choupos. a erva estava fria. ali fiquei de peito feito ao medo. que nenhum escuro me assuste. que nada me espante - contei algumas estrelas. eram tantas. depois voltei devagar para casa. foi quando vi pela primeira vez a coruja - 

tenho medo-












Sem comentários:

Enviar um comentário