laina briedis
Quando eu morrer voltarei para buscar
os instantes que não vivi junto do mar
sophia de mello breyner
dizia-te: tenho medo do escuro - o que ali há de noite é o mesmo que de dia. um campo grande. verde. rodeado de choupos - um dia. enchi o peito de ar. e na coragem de uma noite quente de verão. corri campo fora. noite dentro. as ervas a cortarem as pernas. algumas mais altas nos braços. a pele muito morna - deitei-me perto dos choupos. a erva estava fria. ali fiquei de peito feito ao medo. que nenhum escuro me assuste. que nada me espante - contei algumas estrelas. eram tantas. depois voltei devagar para casa. foi quando vi pela primeira vez a coruja -
tenho medo-
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