laura makabresku
ouve-me
que o dia te seja limpo e
a cada esquina de luz possas recolher
alimento suficiente para a tua morte
vai até onde ninguém te possa falar
ou reconhecer – vai por esse campo
de crateras extintas – vai por essa porta
de água tão vasta quanto a noite
deixa a árvore das cassiopeias cobrir-te
e as loucas aveias que o ácido enferrujou
erguerem-se na vertigem do voo – deixa
que o outono traga os pássaros e as abelhas
para pernoitarem na doçura
do teu breve coração
al berto
silêncio. terra na boca. e um muro tão alto que o corpo todo esticado - uma árvore velha ao fundo e tu muito quieto. corpo tombado para a frente. rosto perdido de verde - não partas nunca mais. nem em fotografias. que esta memória seja sempre minha. meu corpo assim pequeno. o muro assim alto. o tombo assim grande e a terra assim amarga - quando era pequena os tombos eram grandes mas o corpo nem doía. agora não -
O poema
ResponderEliminarAl Berto
Ás vezes acontece... poeta e fotógrafa muito bons