quarta-feira, 6 de agosto de 2014











irina monteanu




















Do fundo do sonho
uma mão me estendes.
Uma mão cortada
que me acaricia e foge.
Eu busco-a sem pressa
pelos cantos e livros.
Encontro só lábios,
estações, cigarros,
crianças a despedir-se,
umas gotas de sangue.
Pelo fundo do sonho
afastas-te devagar.
Quero gritar teu nome,
mas não sei quem és.
Na rua deserta,
ao dobrar a esquina,
viras-te a olhar-me
e sou eu quem me olha.

josé luis garcía martín












que azul de céu tão azul é este. que luz  incendeia tanto. tão dourada. tão no limite. quase noite. quase preto. quase tiro no escuro. quase bala no peito. e um silêncio tão grande. maior que os braços. maior que o corpo que parte. que o coração que adormece. e uma voz que me chama. tão perto. tão baixo. como um segredo que a pele reconhece pela acentuação do mundo - palavra por palavra. prometo. silêncio no silêncio. desperto.  o que te quis dizer. como um grito. que a boca não revela porque a língua muda. adormece. para sempre.  
















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