quinta-feira, 12 de novembro de 2015







 ezgi polat












Começarei morrendo pelo coração.
Gostarei sempre dele, como se gosta do que está extinto, sejam os dragões, os anjos ou as distâncias. Histórias de coisas que não voltam. O meu coração sem visitas perderá a memória e, quando nos separarmos de vez, certamente será mais feliz. Se me perguntarem, direi que nasci sem ele. Jurarei e mentirei sempre.
valter hugo mãe





em novembro os dias encolhem de tal modo. que o coração mingua. e respirar custa tanto. mais do que viver - a poucos dias do meu aniversário tenho pensado mais em ti. e uma vontade tão grande de chorar pelos anos que passaram. pela vida que tenho tido. tudo sem ti - é uma tristeza amena. curta. como os dias no outono. esta falta que me fazes - quero dizer-te o mundo. queres ouvi-lo - fecha os olhos que amanhã é dia. e de olhos fechados a manhã chega mais depressa - assim adormecia - fecho os olhos e as nossas manhãs não chegam - estes dias têm sido a repetição do teu nome - assim como era no princípio. agora e sempre - valentina - e a mesma dor pequena. todos os anos. a tua ausência por direito interrompe os dias. é novembro. e será dezembro. e então grande a dor implode. 






terça-feira, 3 de novembro de 2015





laura makabresku
















morre-se nada
quando chega a vez

é só um solavanco
na estrada por onde já não vamos

morre-se tudo
quando não é o justo momento

e não é nunca
esse momento
mia couto







avó. tenho pensado muito de ti - viverás para sempre no meu coração. como uma luz tão forte que cega. que nem te vejo. mas sinto. em cada veia do corpo. o teu amor. para sempre - quero contar-te dos dias felizes que tenho vivido. que é como se não existisse tempo e vivo. deixando o corpo livre e o coração entregue - tenho saudades tuas. e não me esqueço. a tua mão tão dada à minha indicando o caminho. e vou. com o silêncio na boca. segura dos meus passos. até ao infinito