sexta-feira, 11 de março de 2011




















teresa queirós






O amor
é uma ave a tremer
nas mãos de uma criança.
Serve-se de palavras
por ignorar
que as manhãs mais limpas
não têm voz.

eugénio de andrade




vou com os pássaros. no topo das árvores. no mundo. o mundo todo tão pequeno. e vou com os pássaros. se volto não sei. se o vento for forte. se as asas forem pequenas. se o coração não pesar. se as manhãs forem todas claras. na pele os dias caem como penas e o sol não parte. nem o coração. nem a cabeça. se fico só o sabe o tempo e os lugares onde nunca estive. com os teus braços em volta dos meus. a tua boca ri como as flores bravas nos muros. nas tuas mãos todos os leitos correm. e nenhum rio nunca será teu. os pássaros não morrem.





Sem comentários:

Enviar um comentário