sexta-feira, 11 de março de 2011
uma ternura, só, das tuas
não palavras, as dóceis, as
migrantes, as sem
nome sequer, ninguém, algum
calor dos dedos quando, em torno,
o surdo som se alheia
um rio, um riso, uma memória
do lado escuro
das mãos, grato
te escondo, esqueço, na
estéril noite agriceleste,
em neve, em chama, em terra
amordaçado,
em laço, em água, em chão
de chuva destrançado,
meu puro amor de noitarder, de som
bra pequena em muramor, murmúrio,
meu morto corpo nu, meu cegamante.
antónio franco alexandre
porém dizer-te que os pés são dois hortos enormes. o corpo descansa quando os olhos se fecham. que dizer dos dias que passam com o vento. lá à frente, sempre mais à frente, vai-me o coração. fora falar-te do tempo que o rosto passa entre as mãos. ou o espaço entre os dois braços. onde estás. todas as frases são pequenas quando te olho de frente.
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