quarta-feira, 23 de março de 2011

























zeynep kayan





"Há cidades esquecidas pelas semanas fora.
Emoções onde vivo sem orelhas
nem dedos. Onde consumo
uma amizade bárbara. Um amor
levitante. Zona
que se refere aos meus dons desconhecidos.
Há fervorosas e leves cidades sob os arcos
pensadores. Para que algumas mulheres
sejam cândidas. Para que alguém
bata em mim no alto da noite e me diga
o terror de semanas desaparecidas.
Eu durmo no ar dessas cidades femininas
cujos espinhos e sangues me inspiram
o fundo da vida.
Nelas queimo o mês que me pertence.
o minha loucura, escada
sobre escada."

herberto helder







há pessoas que não sei se existem. pessoas que trazem à cabeça folhas de tamanho de corações. pessoas que de longe me parecem árvores. grandes árvores verdes. outras grandes árvores semi mortas. não sei falar-te dessas pessoas que por mim passam em dias como hoje. dias grandes. dias atrás de outros dias semelhantes. deixei o corpo ontem. fazia frio. deixei o. hoje faz falta tê-lo. como adormecer vento na pele. não dá. nem faz sentido. nem sinto nada. nem amanhã. porque não existirão mais dias. outros dias onde deixar o corpo. tudo foi ontem. tudo já cá não está. e eu queria ter o corpo agora. para ir com o vento à procura de água.











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