"Não é raro, tropeço e caio.
Às vezes, tombo feio de ralar
o coração todinho.
Claro que dói, mas
tem uma coisa:
a minha fé continua em pé”
caio fernando abreu
justo me ergo. cabeça baixa ao colo. não faço fitas. dói-me o corpo todo. tenho uma árvore ao peito. passam-me os dias. altos como nuvens cheias. anunciam-se sem luz. eu estou decerto numa altura em que vida de bicho seria fácil. posso culpar o tempo. que a chuva não tem remédio e faz mal ao coração. posso culpar o outro. de quem escrevo em tardes calmas. a mim não me culpe o mundo que justo me ergo e vou pelo corpo como quem cala. este silêncio de coração mal-dito.
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