As palavras que escrevo correndo
entre a limalha. A tua boca como um buraco luminoso,
arterial.
E o grande lugar anatómico em que pulsas como um lençol lavrado.
A paixão é voraz, o silêncio
alimenta-se
fixamente de mel envenenado. E eu escrevo-te
toda
no cometa que te envolve as ancas como um beijo.
herberto helder
do silêncio um beijo. se duas bocas fossem como cair do nono andar de um prédio antigo. no centro da cidade. onde as paredes abandonam o ruído dos corpos que não se abraçam. eu quero muito abraçar-te. por cima das nuvens construir um prédio. alto. que desse para outro mundo. um mundo onde corpos se abraçassem. onde beijos fossem palavras como: amor. e barcos voassem dentro dos olhos. e tudo fosse um mar de ser feliz e sorrir muito.
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