quarta-feira, 7 de setembro de 2011

































andreea preda










há quem diga
a vida é um pau de fósforo
escasso demais
para o milagre do fogo

hoje estive tão triste
que ardi centenas de fósforos
pela tarde fora
enquanto pensava no homem que vi matar
e de quem não soube nunca nada
nem o nome

josé tolentino mendonça










aprendemos cedo a matar. por nos doer o coração ou ser tão crua a carne no peito - não sei se há um tempo certo para as histórias felizes. nem sei se há tempo. se é certo - guardo-te em sorrisos. ainda que. ainda assim - faltou-nos o pânico das flores. a apatia das nuvens. o sossego das árvores. a volúpia dos pássaros. para sermos uma história de amor.










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