segunda-feira, 6 de outubro de 2014








elizabeth gadd


















Num deserto sem água
Numa noite sem lua
Num país sem nome
Ou numa terra nua
Por maior que seja o desespero
Nenhuma ausência é mais funda do que a tua

sophia de mello breyner
















como água dos mares do norte. fria na pele. que treme. que teme. que ouve sereias e piratas. navios com homens sem esperança. sem mapa. sem âncora. sem astrolábio. nem rumo - só uma luz muito forte. por entre nuvens. surge. e a certeza da tua voz dizendo o meu nome como a um sussurro - nunca regressas e o meu corpo tão velho. tão feio. tão perdido. tão feito à sombra. ainda te espera - o meu nome perdoa a tua boca e grita. silêncios tão grandes. tantos. que o corpo inteiro desaparece













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