laura makabresku
já não canta.
Morreu de uma flor na boca:
não do espinho na garganta.
Ele amava a água sem sede,
e, em verdade,
tendo asas, fitava o tempo,
livre de necessidade.
Não foi desejo ou imprudência:
não foi nada.
E o dia toca em silêncio
a desventura causada.
Se acaso isso é desventura:
ir-se a vida
sobre uma rosa tão bela,
por uma ténue ferida.
cecília meireles
uma ave no ombro. pára - o voo interrompido pela força do vento - um leve bater de asas. alívio. só o amor nos salva. quando o corpo perto - dentro. tão dentro. desperto - um coração contra o tempo - uma vida em alarme - quero adormecer no teu colo. como um passado perfeito. num pretérito esquecido - para que lugares foges quando a noite fria - entra. não esperes mais. ontem já era tarde - o corpo inteiro em chamas. por ti - um golpe de asa no peito - amor.
Metralhou com palavras o amor que por gentileza guardou toda sua essência dentro dos gritos mudos, bem lá no fundo encarcerado e esquecido, mas sua presença deixa seus rastros de perfume toda vez que levanta vôo 🪶
ResponderEliminarO poema é uma bela peça poética mas o texto que se lhe segue não é menos belo.
ResponderEliminarUm abraço.