segunda-feira, 15 de novembro de 2010



























lembro-me do vestido. muito azul. com uma marca d'água no rebordo. quase transparente. quase, a olho nu não se via. e ela descia a rua. lembro-me de já te ter falado dela. e do vestido. e de te esperar um pouco abaixo do rebordo. de te dizer que não choro quando faz sol. que. talvez um dia te apercebas que ela e o vestido existiram apenas naquela rua, àquela hora. só nos meus olhos. que a amei como nunca tinha amado ninguém. e posso dizer-te que alça lhe caída do ombro, a seda fina, tão fina. a pele muito branca, de neve. branca. e os olhos de um negro tão negro, tão fundo. tão abertos. e lembro-me de correr rua acima até ela. ela que descia. eu que subia. e a rua não era a mesma. tínhamos nascido em ruas diferentes. eu sei, chorava.





























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