domingo, 18 de julho de 2010



















ela desapertou a cabeça com uma chave estrela. enfiou-a depois num caixote de papel forrado a jornal. com o caixote ao pescoço foi rua acima em passo lento, braços à frente do corpo. chegada à esquina, braços primeiro, sentou-se junto ao passeio. nunca soube para que lado da vida se foge quando o amor dói.













1 comentário:

  1. "nunca soube para que lado da vida se foge quando o amor dói.", belíssimo epigrama em que a dor sai à rua com "chave de estrela" e caso se encontre com o amor, encontra-se, fatalmente, com as lateralidades do corpo exposto à ferida. A escrita sempre fascinante.
    com admiração,
    filipe

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