terça-feira, 18 de agosto de 2015





ezgi polat








Hay que salvar al viento
los pájaros queman el viento
en los cabellos de la mujer solitaria
que regresa de la naturaleza y teje tormentos
Hay que salvar al viento

alejandra pizarnik 





por dentro da noite a tua voz. tão longe. a dizer-me como tudo passa quando o tempo é pouco - como dizer-te que o meu corpo é um cemitério de sonhos. que paisagens frias se enterraram nele. tão fundo. tão perto. que nenhuma estação o ilumina - e a vida foi passando. e o tempo é pouco. e na tua boca ainda nenhum nome tinha nascido. nem o meu - infortúnio. mala suerte - tantas mortes me conhecem. tanto sofrimento. que o sorriso me espanta. o abraço me dói. e a vida não volta













segunda-feira, 10 de agosto de 2015







ezgi polat 









por no jardim da noite, a horas más,
a tua aparição não ter faltado,
pelo teu braço de silêncio e paz obrigado!

  pedro homem de melo








pela sombra dos dias que se findam em janela coloridas voltadas para o mar. recordo o nome de outras ruas por onde passei. quando em sonhos pedi para te encontrar - nenhuma nortada me alcança enquanto o coração assim estiver. calmo como este verão que nos habita - na nossa pele a cal dos dias imensos. azuis. pintada pela mão de quem reconhece o cheiro a sal e a textura clara sargaço - histórias de eras serenas. de paz. em que os meus braços só existiam pela possibilidade dos teus. perdidos de mim. ainda - quis contar-te desses tempos. em que um sofrimento tão grande me habitava que já nem reconhecia as estações. e dizer-te que os dias assim se findaram. para sempre. quando os teus braços encontraram os meus. e a intenção do meu corpo foi habitar-te para sempre. como se tivesse finalmente chegado a casa