quinta-feira, 31 de março de 2016






elizabeth gadd


















Se fuga la isla
Y la muchacha vuelve a escalar el viento
y a descubrir la muerte del pájaro profeta
Ahora
es el fuego sometido
Ahora
es la carne
la hoja
la piedra
perdidos en la fuente del tormento
como el navegante en el horror de la civilación
que purifica la caída de la noche
Ahora
la muchacha halla la máscara del infinito
y rompe el muro de la poesía.

alejandra pizarnik







nenhuma aflição deveria ocupar o coração - que volte depressa a luz e traga às planícies da pele a calma das primaveras. tudo o resto já passa. com a brisa - quando as noites assim se passam eu cruzo o corpo e fico madrugada adentro a descobrir memórias mais felizes. de rios sem margens e árvores sem copa - nada te direi. silêncio. e chorarei sereias neste mar de sonho - amanhã. quando o deserto regressar e o dourado se instalar no horizonte. tropeço de alegria e deixo-me ficar - hoje vou









sábado, 5 de março de 2016









elizabeth gadd

















Quando a ternura
parece já do seu ofício fatigada,

e o sono, a mais incerta barca,
inda demora,

quando azuis irrompem
os teus olhos

e procuram
nos meus navegação segura,

é que eu te falo das palavras
desamparadas e desertas,

pelo silêncio fascinadas.

eugénio de andrade







todas as palavras não as sabendo. se as pronunciasse. eram como chamar-te pelo segundo nome que só eu sabia. e se eu soubesse o nome que te deram as palavras. não as dizia - nem tão pouco as inventava quando me sentisse só.  sem ti - e todos os silêncios seriam como lembrar-me dessas outras. as palavras. que ao teu nome levaria - e tudo isto me faria acreditar que quanto mais te esqueço mais te lembro - e lembrar e esquecer são o mesmo. quando choro






quinta-feira, 3 de março de 2016





laura makabresku






Sólo la sed
el silencio
ningún encuentro

cuídate de mí amor mío
cuídate de la silenciosa en el desierto
de la viajera con el vaso vacío
y de la sombra de su sombra

alejandra pizarnik










que o silêncio se transforme em luz clara e me leve de volta às terras antigas por onde passei - fecho os olhos. voo para lugares sem nome. como desertos de areia branca. ou florestas de árvores tão grandes. a perder de vista - quando assim estou o silêncio multiplica-se. e não há nada para dizer se o silêncio é ausência. nada para sentir quando o silêncio é a perda - ficar em silêncio é entregar-me à vida e aceitá-la