sexta-feira, 20 de agosto de 2010















o senhor Éme partiu esta tarde com o coração à cabeça. estava a observá-lo quando o relógio de parede desatou a correr atrás dele. fiquei sem tempo. sentei-me e vi-o correr. já ao fundo da rua disse-me adeus. pouco depois parecera-me que dera um passo atrás. ainda virado para mim chamou pelo nome todos os pássaros que logo pousaram na sua camisa azul, muito azul. disse-me: eu amo-te. disse-me adeus com a mão direita faltava-lhe a esquerda. as nuvens, àquela hora, passavam tão baixo que ao virar a esquina o coração bateu numa. choveu o resto da tarde.















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