sábado, 22 de janeiro de 2011



























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tardava. tudo tardava. tanto que o vento corria. tanto. que tu não estavas. ninguém era. ninguém via. nunca. nada. nenhum lugar. nenhum dia. só te lembravas. só tu sabias. a tua boca. os teus dias. àquela hora não eras. ninguém era. nada ouvia. só. pela noite fora o teu nome à entrada do meu. a bater-me. o coração como um lugar de repente vazio. nenhuma memória. nem minha. nem sequer tua. nossa. ninguém chamava o teu nome àquela hora. nenhum lugar conhecia a tua cara. só pela noite o rumor lento dos dias. que passam. que foram. fugiam. do que foramos nada restava. nada era. nenhum sentimento já nos conhecia.








talvez soubesses de cor todas as histórias e mesmo as que não contei com vergonha que as contasses um dia mais tarde a alguém porque o coração sabe dessas memórias que a pele não falando conta quando a noite cai e as mãos conhecem o frio no corpo talvez soubesse que partirias uma noite dessas e levarias contigo todas as histórias que te contei como se fossem tuas as contarias a essas outras mãos na pele dos teus dias só não sabia que era tão perto o dia e tão curtas foram as noites e que agora todas as memórias tardias me devolveriam o teu frio queria de volta as histórias que te dei nas noites calmas nos dias frios de inverno quando chovia e os teus olhos esses dois grandes enormes olhos castanhos me pediam silêncio porque eu sabia que havias de partir um dia só não pensei que levasses contigo o meu coração e agora que já nada bate nem a vida é minha só quero que estejas feliz















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