domingo, 6 de março de 2011

























Escrevo-te de perto, como se a mão
te fosse objecto breve aflorado,
como se da rua te chegasse
a certeza pequena para a compra
dos minutos seguintes. De perto
como o sol, como a cigarra.
Como um silêncio cheio
que te viesse aos olhos de manhã
e amar-te fosse a roupa
escolhida ao começar o dia.

pedro tamen

No fim de contas são poucas as palavras
que nos doem de verdade, e muito poucas
as que conseguem alegrar a alma.
E são também muito poucas as pessoas
que nos fazem bater o coração, e menos
ainda com o correr do tempo.
No fim de contas, são pouquíssimas as coisas
que na verdade importam nesta vida:
poder amar alguém e ser amado,
não morrer depois dos nossos filhos.

amalia bautista






todos os nomes te procuram onde as ruas começam ou acabam. uma brincadeira, um simples encolher de ombros, e o meu corpo abraça o teu. só mais à frente nos damos conta dos braços, são quatro, muito dados uns aos outros. dois corpos sós com o mundo, no príncipio ou no fim das ruas, todos os nomes.










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