segunda-feira, 9 de maio de 2011

































Hoje de tarde alguma coisa tranqüila se rebentara, e na casa toda havia um tom humorístico, triste. É hora de dormir, disse ele, é tarde. Num gesto que não era seu, mas que pareceu natural, segurou a mão da mulher, levando-a consigo sem olhar para trás, afastando-a do perigo de viver.

clarice lispector




não é tarde. talvez daqui a algum tempo te olhe nos olhos e te diga: para sempre. até lá não é tarde. nunca mais. meu bem. tarde só em sonhos. quando os não tenho. ou quando por não tê-los durmo mal. as noites são por defeito minhas amigas. como as nuvens ou a chuva. ou o frio nos arraiais. é verão e decerto em hora já tardia o coração não sabe o que dizer. melhor esperar. silêncio. amanhã falo-te dos dias da minha infância. onde fui feliz. por não conhecer o mundo. hoje talvez o mundo seja essa coisa feia. mas aqui ainda moram os campos da minha infância. com cores que já não existem. quero trazer-te para aqui. sossega coração só. amanhã o futuro chega. até lá vamos por aí conquistando terra ao coração.













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