sábado, 21 de maio de 2011






























zeynep kayan






As mãos pressentem a leveza rubra do lume
repetem gestos semelhantes a corolas de flores
voos de pássaro ferido no marulho da alba
ou ficam assim azuis
queimadas pela secular idade desta luz
encalhada como um barco nos confins do olhar

ergues de novo as cansadas e sábias mãos
tocas o vazio de muitos dias sem desejo e
o amargor húmido das noites e tanta ignorância
tanto ouro sonhado sobre a pele tanta treva
quase nada

al berto





para onde voam os pássaros. juntos. como palavras deitadas ao vento. houve coisas que te queria ter dito com a mesma força com que os pássaros se lançam ao céu. como por dentro das nuvens o mundo é maior. ou a força do corpo que quieto sonha contigo. às vezes só na companhia dos móveis encontramos o afecto. ou a sua falta se reproduz de tal maneira na pele que choramos um pouco. chorar não é mau quando estamos na companhia dos móveis. e sei: não se pode adiar o voo. vou com os pássaros. manhãs claras de maio esperem-me noutro ano.








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