domingo, 26 de junho de 2011































Que importa sermos de uma só manhã e não haver
em volta
árvore mais açoitada pelos diversos ventos?
Que importa partirmos num desmoronar de poentes?
Mais triste mesmo a vida onde outros passarão
multiplicando-lhe a ausência que importa
se onde pomos os pés é primavera?


ruy belo







escrevo para ti. porque são teus os dias. e todas as árvores se perdem por ti. como se perde o tempo a cada dia. escrevo para ti que sabes que as sombras são escassas e a pele à noite desaparece. com a idade sei das memórias imensas onde não fui feliz. sou novamente a criança que cresce com os pés enterrados no mato e os olhos de um silvado bravo - por vezes soube da felicidade. um manto de neve branca na pele pálida de fome ou remorso. por vezes soube de ti. acreditei que em algum lugar me esperavas com outra infância ao colo. mais feliz. mais nossa. sem o cinzento dos dias tristes ou a geada das manhãs frias. onde não estavas. nem sabias. nem esperavas - às vezes sonhava. prados verdes. mantos de água. tão limpo o céu que nem uma nuvem se via. nem ninguém. só eu corria livre como o vento corre - quero sonhar.contigo.









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