sexta-feira, 9 de setembro de 2011


























jakob landvik









não some, que eu lhe procuro, e lhe boto
faca à garganta, ou lhe boto
na cabeleira tanta tanto fogo que você vira incêndio
em que se não tem mão, puta,
eu sei mas não me importa, quero é te apanhar
em uma braçada como de espuma,
mas se some eu lhe dano, essa sim, a puta de sua vida,
alta criatura chegada na terra muda,
em todo lado,
o dia todo,
a noite toda,
como se vê que uma árvore tem tanta folha luzindo
em toda parte dela e do vento e do tempo
e de minha ideia,
não some não, que eu desmundo
cada sítio do mundo onde
você estava ou está ou há-de estar, e comunico só do toque

herberto helder









tristeza não tem nome nem recreio. às vezes desaparece e como os frutos perde a estação. tristeza tem um preço alto - já fui um bicho da conta. outras vezes larva. agora não sei se me entendo. que bicho sou. que patas tenho. quem no meu dorso dorme sossegado. se alguém com corpo. se alguém sem cara - sou só triste pela manhã. pela tarde. por um novo dia. até recomeçar o futuro e o presente for apenas uma pequena lembrança que tenderei a esquecer. ou uma amarga memória que teimarei em lembrar.











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