terça-feira, 21 de fevereiro de 2012











miranda lehman






Regresso devagar ao teu
sorriso como quem volta a casa. Faço de conta que
não é nada comigo. Distraído percorro
o caminho familiar da saudade,
pequeninas coisas me prendem,
uma tarde num café, um livro. Devagar
te amo e às vezes depressa,
meu amor, e às vezes faço coisas que não devo,
regresso devagar a tua casa,
compro um livro, entro no
amor como em casa.

manuel antónio pina










deste modo vou. entro pela vida com a mesma pressa de um pássaro que aprende o voo - um dia talvez os dias custem menos a passar. e as horas não interrompam a tristeza como eu sou - para esperar são precisos dois corpos. o que corre e o que senta. talvez a minha pele se acostume ao frio e a noite se encha de precipícios - ou talvez não - o que sei: nascemos e morremos nús. e não voltamos -


de algum modo alguém me espera.







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