terça-feira, 15 de julho de 2014









mariam sitchinava





















Alguém joga uma pedra
no ar como uma fato não
fato mas aparência
fato a flutuar nos vácuos
Ser existencial cego
talvez não possa ocorrer
nunca se sabe nada
com certeza absoluta
das coisas existentes

susan howe










 ficava a ouvir os sapos e as rãs. a saber dos morcegos escondidos na gruta onde nascia a água - a poça tinha um fundo muito verde de lodo e musgo e animais pequenos escondidos nas ervas. sempre tive medo de lá entrar - às vezes as libelinhas abeiravam-se de mim. muito negras. às voltas nos meus cabelos. e eu inquieta com os olhos muito grandes a adivinhar-lhes o voo - os pássaros comem as nuvens. por isso é que as nuvens desaparecem e os dias ficam claros. o tempo só é assim bom porque os pássaros deixam - tu rias alto e assustavas os girinos que a custo tinha apanhado - de noite nasciam pirilampos na poça e uma luz muito verde interrompia o escuro. pedia-te tantas vezes que me levasses a ver os pirilampos e tu lá ias. de mão muito dada à minha - às vezes com os pés dentro de água. tudo muito escuro. e eu com medo que os bichos me comessem as pernas - olha avó. caiu uma estrela do céu - 












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