terça-feira, 31 de março de 2015






laura makabresku











Já só na gravata te levamos morto àqueles caminhos
onde deixaste a marca dos teus pés
Apenas na gravata. A tua morte
deixou de nos vestir completamente
No verão em que partiste bem me lembro
pensei coisas profundas
É de novo verão. Cada vez tens menos lugar
neste canto de nós donde anualmente
te havemos piedosamente de desenterrar
Até à morte da morte

ruy belo








um gosto seco na boca e a certeza da morte que avança sobre a superfície plana da vida. num rasgo de destino o teu rosto a desaparecer como nuvem. suspenso no céu - duas mãos muito fortes seguram o meu corpo: não me deixes cair, ouviste        . não me deixes cair - no dia maior a noite avança. aceito a escuridão como quem atira uma pedra ao vazio - dizes: não fujas - às vezes a minha voz soletra o teu nome e a luz regressa lenta à vida - queria dizer-te que está tudo bem mas não está. o bem existe mas anda tolhido no coração dos homens. dá-me o teu coração. hei-de tomar conta dele e enquanto for viva dar-te-ei os maiores sorrisos de mundo - quero que fiques triste. tens direito a estar triste. abraço-te pela vida fora 




















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