quinta-feira, 29 de outubro de 2015






ezgi polat







às vezes ancorado a um
sítio como a uma palavra
dessas que se gastam
e depois já não se gostam

a um som. dos que entraram
na íris, por uma abertura
na falta de ar, e saíram
para o bolso,
esse beco que temos sempre
de um lado ou de outro
das calças que forram as pernas
que correm na memória, e fogem
levando o bolso
cheio

às vezes ancorado a um
sítio como se fosse às vezes
ancorado a dois.

manuel cintra




por dentro da noite um homem só caminha - o ar dos dias curtos instala-se na sala e perco o norte - que ninguém diga que vive feliz sem norte. que as memórias de todos os meus dias felizes lhe pertencem. e o cheiro da floresta aquece a pele - e querer ser feliz a sul inventando memórias sem nome. de lugares que o corpo não recorda - ao longe uma fogueira e o silêncio perturba o coração. mal habituado - todas as vozes regressam da infância para me indicar o caminho. acordo o grito e regresso a casa - sem medo avanço. permaneço. invento. e mais longe vou de braços abertos e o corpo todo desperto. 












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