domingo, 15 de abril de 2012
















laura makabresku







Antigamente escrevia poemas compridos
Hoje tenho quatro palavras para fazer um poema
São elas: desalento prostração desolação desânimo
E ainda me esquecia de uma: desistência
Ocorreu-me antes do fecho do poema
e em parte resume o que penso da vida
passado o dia oito de cada mês
Destas cinco palavras me rodeio
e delas vem a música precisa
para continuar. Recapitulo:
desistência desalento prostração desolação desânimo
antigamente quando os deuses eram grandes
eu sempre dispunha de muitos versos
Hoje só tenho cinco palavras cinco pedrinhas


ruy belo




não acredito no futuro. há muito que deixei de lutar por ele. luto pelo presente. porque os dias mais belos são esses onde construímos casa e existimos para sempre - o presente é nosso. o futuro não acontece. existe para termos esperança. e a esperança é o consolo dos frágeis - sou frágil. por dentro da pele nenhum presente se vive porque o coração não renuncia à esperança - gostava de inventar dias mais felizes - às vezes. fico neste estado amorfo. e a vida passa por mim e eu sem gesto. nem palavra. nem silêncio - às vezes não existo. estou sem esperança. vou para longe -













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