sábado, 7 de abril de 2012













parker fitzgerald









O tempo das suaves raparigas
é junto ao mar ao longo da avenida
ao sol dos solitários dias de dezembro
Tudo ali pára como nas fotografias
É a tarde de agosto o rio a música o teu rosto
alegre e jovem hoje ainda quando tudo ia mudar
És tu surges de branco pela rua antigamente
noite iluminada noite de nuvens ó melhor mulher
(E nos alpes o cansado humanista canta alegremente)
«Mudança possui tudo»? Nada muda
nem sequer o cultor dos sistemáticos cuidados
levanta a dobra da tragédia nestas brancas horas
Deus anda à beira de água calça arregaçada
como um homem se deita como um homem se levanta
Somos crianças feitas para grandes férias
pássaros pedradas de calor
atiradas ao frio em redor
pássaros compêndios da vida
e morte resumida agasalhada em asas
Ali fica o retrato destes dias
gestos e pensamentos tudo fixo
Manhã dos outros não nossa manhã
pagão solar de uma alegria calma
De terra vem a água e da água a alma
o tempo é a maré que leva e traz
o mar às praias onde eternamente somos
Sabemos agora em que medida merecemos a vida

ruy belo





é por ser de chuva que o coração chora. não por ser sábado e doer a pele. não por ser sábado e doer a pele. é por ser de chuva - o que esperava do mundo. ainda ontem o pensei. só um raio de sol onde enxugar o coração. uma queda de água onde lançar o corpo. um pedaço de céu onde deixar a cabeça. limpo e sem nuvens - a terra é este tempo de não ter sonhos. nem nada - e só uma esperança muito ténue me impede de ir - este país de cinza.







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