quinta-feira, 29 de maio de 2014










juh ore duh anne












A lua foi ao cinema,
passava um filme engraçado,
a história de uma estrela
que não tinha namorado.
Não tinha porque era apenas
uma estrela bem pequena,
dessas que, quando apagam,
ninguém vai dizer, que pena!
Era uma estrela sozinha,
ninguém olhava pra ela,
e toda a luz que ela tinha
cabia numa janela.
A lua ficou tão triste
com aquela história de amor
que até hoje a lua insiste:
— Amanheça, por favor!
paulo leminski






ir com os pássaros. passar de rasante as nuvens. adivinhar-lhes as formas. picar-lhes o coração. mais tarde descobrir que os sonhos são a melhor parte da vida. ainda que só existam quando o corpo dorme - sem corpo é mais fácil voar - sei que o errado existe para que se reconheça o certo. que o céu e a terra não se tocam. mas quando fecho os olhos estou certa que em algum lugar isso acontece e nasce amor - os pinheiros altos da minha infância. onde os corvos fazem ninho. regressam. de pés molhados volto aos tempos pequenos de ser tudo enorme. sou feliz e os meus cabelos livres. e os meus braços esbarram em braços de árvores. não dói. nada dói quando assim sorrimos -








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