sábado, 2 de abril de 2016






foto de beatriz canteiro
















Não, não rezes por mim.
Nenhum deus me perdoa a humanidade.
Vim sem vontade
E vou desesperado.
Mas assinei a vida que vivi.
Doeu-me o que sofri.
Fui sempre o senhorio do meu fado.

Por isso, quero a morte que mereço.
A morte natural,
Solitária e maldita
De quem não acredita
Em nenhuma oração
De salvação.
De quem sabe que nunca ressuscita.

miguel torga 








reconheço que não soube aprender com as tristezas e amarguras que a vida me reservou. o meu ser humano errou. perdi humanidade e. em minha defesa. escondi-me de mim mesma - durante muito tempo fingi ser a pessoa mais calma que o mundo conheceu mas reconheço que guardei todo o mal que me fizeram dentro de mim. e deixei que isso corrompesse e destruísse a minha essência - reconheço - por dentro de mim a maldade ganhou forma e hoje entrego o meu espírito ao céu para que se cure de todo o mal que nele houver. porque o mal não me pertence. tenho raízes de bondade sou feita de puro amor - cada lágrima que choro são raízes de raiva e ódio. que carregava dentro de mim - a minha alma agradece a Deus pela oportunidade de libertação. pela oportunidade de crescimento e pela orientação - peço perdão a todos os que magoei sem consciência. peço perdão por não ter conseguido dar-vos o meu melhor - a minha maior fraqueza sou eu mesma. reconheço. aceito-me. liberto-me. entrego-me na obra e graça da luz. a luz mais pura - construí defesas. um castelo feito de pedras. como dizia o poeta. mas as pedras do meu castelo não se transformaram em aprendizagem. o meu interior ferido. deixou-se assim ficar. preso nessa aparência forte e dura como pedra. desenvolvendo egoísmo. egocentrismo e um grande medo de ser feliz - tanto medo criei que destruí a minha felicidade nunca conseguindo entregar o melhor de mim a ninguém - tal como o filho pródigo regresso a casa. à luz. com o corpo fustigado pela culpa reconhecia. que a mea culpa se transforme em luz e toda a maldade de mim se afaste. nada disto é meu. não me pertence. foram subterfúgios que o ego criou - reconheço. peço perdão. ergo os braços para a luz - pai. regresso a casa. percorri o meu calvário. dá-me um abraço.







1 comentário: