terça-feira, 17 de julho de 2012





rebecca rijsdijk




e peço ao vento: traz do espaço a luz inocente das urzes, um silêncio, uma palavra; traz da montanha um pássaro de resina, uma lua vermelha. oh amados cavalos com flor de giesta nos olhos novos, casa de madeira do planalto, rios imaginados, espadas, danças, superstições, cânticos, coisas maravilhosas da noite. Ó meu amor, em cada espasmo eu morrerei contigo.
herberto helder




por ser verão e não saber dos pássaros ou por à tona de água ver morrer os peixes. por ser verão e já não estares comigo e assim será enquanto a vida dure - de certo habitas as nuvens. terás uma casa feita de memórias. pesadas. dessas memórias que dizias que te comiam o corpo - quero acreditar que em algum lugar estarás melhor do que eu. rodeada de anjos. ou pássaros. daqueles que tu gostavas. dos que cantam por estar frio e dos que cantam por ser calor - quero de ti para ti o melhor lugar do mundo. que te lembre dos meus abraços e que estejas em paz como eu procuro estar sem ti - às vezes. de noite. procuro-te. mas já cá não estão os teus cabelos. nem a tua boca. nem os teus ouvidos que levaram todos os meus segredos. e o teu corpo é um pedaço de sombra que se desfaz quando a manhã principia.


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